Assis a Roma – 300 Km
De todos meus sonhos posso dizer que jamais imaginei conhecer a Itália, e ainda chegar em Roma caminhando através de uma peregrinação pelo Caminho de São Francisco de Assis. Nós que somos católicos, desde nosso nascimento e bem pequenos já ouvíamos falar muito do berço da nossa igreja, local de extrema importância, onde praticamente tudo se centraliza. Por isso e outros motivos mais forte batia meu coração.
Nas minhas Peregrinações penso por dia ou seja primeiro faço hoje pra depois começar a pensar no dia seguinte, entretanto conhecer alguns Santuários onde São Francisco de Assis viveu por algum tempo muito me chamava atenção e o primeiro que conheci foi o Santuário de Poggio Bustone e logo o frade disse:
— “Aqui São Francisco pediu perdão a Deus dos seus pecados. ”
— “Vai para as montanhas levar o evangelho e a boa nova”.
Pensei São Francisco pediu perdão, imagina nós…
No dia seguinte chegamos no Santuário La Foresta fomos à capela rezar, quando um frade nos recebeu e contou referente ao Santo:
– “Mostrou o local que faziam o vinho que era única fonte de renda deles”.
– “São Francisco não enxergava mais e mesmo em vida todos da redonde¬za já o consideravam Santo”.
– “Iam visitá-lo, passando pela plantação de uvas e como não comer al¬gumas, assim as uvas estava acabando e os frades preocupados foram falar com ele e disse:
“Estou sabendo e não se preocupe pois o que tem é o suficiente”. Mesmo cego mas em total sintonia com Deus através da oração sabia de tudo que estava acontecendo. Colheram as uvas e se produziu mais vinho que das outras vezes.
– “Se alimentava e recebia visita dos fiéis, as migalhas dos pães caiam no chão e os pássaros começaram a se aproximar, então entoou em latim o cântico dos pássaros.
Enquanto nos narrava ficava imaginando cada detalhe fazendo voltar ao tempo, isso espiritualmente me tocava profundo, fazendo minha fé aumentar, guardava no silêncio do meu coração.
Dali segui para o Santuário de Greccio, lá:
“Viveu por volta de 1223 e próximo do natal disse aos seus irmãos frades, vamos fazer um presépio aqui. Os fiéis perguntaram:
— “Mas como”? E respondeu:
— “Faremos um presépio vivo”. Convidaram os moradores da região e cada um trouxe o que podia e assim fizeram com encenação e tudo, o primei¬ro presépio “vivo da história”, foi muito significativo para todos.
Aqui também, no ano de 1228 foi dedicada a primeira igreja a São Francisco.
No dia seguinte o Santuário Fonte Colombo:
“Por volta de 1225 São Francisco permanece cerca de 4 meses neste Santuário”. Com os olhos infeccionados precisava fazer a cauterização, mas antes queria ver muito Santa Micheli, eis que o famoso médico de Rieti chega primeiro e não teve como esperar, porém, antes conversa com o ferro quente:
“Ferro amigo e nobre, seja cortez comigo nessa hora tempere teu calor de modo que possa suportá-lo”.
Desta forma não sente dor alguma, tamanha tua fé. Os que estavam ao seu redor haviam saído com medo e pavor, depois voltaram aos poucos e São Francisco lhes diz:
“Ô povo meu, porque vocês me abandonaram…”? E continua:
“Não senti dor alguma.” E o frade continua:
– Sem visão, usava um capuz que tampava seus olhos.
– Faz 40 dias de jejum.
– Escreve a régola dos Franciscanos – Ordem dos Franciscanos.
– Em sua caverna (dormitório), hoje existe uma capela, local que perma¬necia seu maior tempo.
Como já disse meus dias foram de muita introspecção, estar em tantos lugares Santos, sentia ao lado de Deus.
Vivi maravilhosos dias nesses Caminhos na Italia, pra finalizar nossa Peregrinação chegar na praça de São Pedro em Roma caminhando foi algo inexplicável, louvado seja Deus.
Extraído do Livro: “UM SONHO QUE EU NÃO TINHA, SER PEREGRINO.“
Com adaptações.
Via Francígena di San Francesco – Nível de dificuldade alto que requer bom preparo físico com estado psicológico bom, contando que a sinalização também deixa a desejar. Pelo lado espiritual muito profundo principalmente para aqueles que querem conhecer um pouco mais da vida de São Francisco de Assis e experimentar todo seu amor. Sim retorno ao Caminho se nova oportunidade surgir.